domingo, 10 de abril de 2011

Diário da estrada - 1° a 10 de abril de 2011


Sexta-feira, 1° de abril de 2011 – Estou muito cansado. Acho que vou ficar em casa, hoje.

Até porque amanhã tem LONGÃO!

Sábado, 2 de abril de 2011 – Não consegui acordar às seis. Acordei às sete e vinte, e às oito finalmente saí. Levei o celular, programado para tocar em cinquenta e cinco minutos.

Segui o caminho para a praia. Outra vez, entrei naquela longa avenida, ladeada por construções esparsas, espaços abertos e muito verde. Interessante que, nessa ocasião, eu estava um tanto disperso, e a avenida terminou de maneira repentina e inesperada. A volta não foi tão difícil como no sábado passado. As pernas ficaram cansadas, mas a sensação não impediu que eu mantivesse o ritmo – talvez só um pouco mais lento. Mais para a frente, fui obrigado a reduzir um tanto, mas ainda assim continuei bem. Enfim, aproximando-me de casa, consegui até dar umas aceleradas por algumas dezenas de metros. O efeito surpresa passou, e agora esse trajeto começa a se incorporar à minha rotina. Mas não julgo a partida ganha – estou em pleno processo de desenvolvimento de meu potencial (seja qual for).

Só sei que adorei esse percurso e espero continuar a segui-lo nas próximas semanas. É muito bom sair para correr numa manhã de céu claro. Ah, detalhe: hoje não houve céu claro. E tampouco céu escuro. O dia estava iluminado, porém um tapete de nuvens brancas escondia o sol. Ele ameaçou aparecer algumas vezes, mas não brilhou de fato nem por um instante. Eu bem que gostaria que aparecesse, mas a corrida foi mais fácil desse jeito.

Voltei às nove e quarenta e três.

Tempo de hoje: 1h 43min.

Domingo, 3 de abril de 2011 – Esperei muito para sair, hoje. É que fiquei no computador muito tempo, e quando vi eram oito da noite. Fiz uma corrida breve, principalmente por causa de um inesperado enjoo – não sei porquê, mas o lanche da tarde ainda me pesava no estômago. Eu também não estava a fim de cumprir nenhuma meta.

Nestes últimos dias, com exceção de ontem, os tempos diminuíram. Estou me sentindo um pouco preguiçoso e inclinado a “matar” corridas. Mas isso passará.

Puxa, são nove e pouco e já estou caindo de sono. Ótimo!

Tempo de hoje: 29min.

Segunda, 4 de abril de 2011 – Senti vontade de sair com luz do dia. Acabei saindo às seis e vinte e cinco, quando começava a escurecer. A claridade durou pouco, e logo eu corria novamente à luz dos postes e faróis. Voltei às sete e vinte e seis.

Fiz duas idas e voltas bem longas, nas proximidades de casa. Logo no começo, uma das canelas deu umas fisgadas, mas isso passou e não senti mais nenhuma dor. Mantive um bom ritmo hoje, durante a corrida toda. O frio da noite, ao contrário de ontem, ajudou bastante, e o céu estrelado proporcionou alguns relances muito agradáveis.

Mas é hora de mudar o esquema e voltar a correr de dia.

Tempo de hoje: 1h 1min.

Terça-feira, 5 de abril de 2011 – Precisei resolver várias coisas na rua; esperava voltar logo, mas cheguei no fim da tarde. Cansado demais para correr.

Quarta-feira, 6 de abril de 2011 – Mesma coisa. Voltei um pouco mais cedo, mas outra vez cansado.

Pelo menos, não posso dizer que não fiz exercício, pois caminhei à beça.

Amanhã, pretendo retomar a corrida.

Quinta-feira, 7 de abril de 2011 – Devo ter saído, no máximo, às seis e quinze da tarde. Voltei às sete e dezesseis. (Esqueci de conferir o relógio; mas sei que, ao sair, passava um pouco das seis.) Ainda peguei um resto de tarde, mas logo escureceu.

E quantos carros subindo e descendo das calçadas! Decididamente, esse é um horário movimentado para correr.

Fui até a academia. O trajeto parece cada vez mais um longo “aquecimento”. Longe de mim superestimar meu condicionamento. Mas estou melhorando.

Tempo de hoje: +/- 1h.

Sexta-feira, 8 de abril de 2011 – Hoje tive uma lição do problema que a desatenção quanto aos horários pode causar. Eu devia lanchar por volta de quatro da tarde, pois planejei correr às seis. Acontece que esqueci do lanche, de modo que duas horas depois estava morrendo de fome. A solução foi jantar – na hora em que devia estar saindo!

Agora são quase nove da noite. Não estou com ânimo para correr. Espero compensar amanhã, quando farei o “longão” do fim de semana.

Sábado, 9 de abril de 2011 – Acabei de almoçar lá pela uma e meia. Esperei cerca de três horas para correr. E não é que passei mal? Fiz todo o trajeto de ida, subindo até o final daquela longa avenida, com uma bola de futebol dançando em meu estômago. Desci a avenida nas mesmas condições, até que cansei. Caminhei algumas centenas de metros, comprei um sorvete (para trocar dinheiro), peguei um ônibus e vim até em casa.

A dificuldade não se resumiu no enjoo; na volta, começou a esfriar, e corri boa parte do trajeto com a camisa gelando minhas costas. Em resumo: um desconforto!

O que posso dizer é que aprendi algumas coisas. A saber:

1) Chega de contar o tempo “exato” depois das refeições. O melhor é ter certeza de que o estômago está vazio. Se for o caso, posso levar uma barra de cereais para mastigar pelo caminho.

2) Sempre que correr com tempo frio, devo vestir duas camisas. A de baixo poderá suar, mas a de cima barrará o vento, e assim me sentirei mais aquecido.

3) Por causa do mal-estar, mantive o ritmo muito lento, quase uma caminhada rápida. E dei preferência a correr na calçada, apenas ocasionalmente “escorregando” para o asfalto. O resultado foi que não me cansei, nem mesmo na volta, sem aquele peso nas pernas que senti nos dois sábados anteriores. É verdade que só corri metade do trajeto de volta, mas tenho certeza que continuaria me sentindo bem caso seguisse até o fim. Quanto a correr na calçada, permitiu-me experimentar uma variedade de terrenos, passando por trechos de concreto, paralelepípedos, grama, terra, areia. Subindo, descendo, pulando buracos etc. Com certeza, isso treinou a musculatura de um jeito que o asfalto não pode fazer – com a vantagem de que fiquei mais longe do movimento dos carros, e portanto mais tranquilo.

4) Embora tenha lamentado parar de correr e andar os metros finais, agora penso que talvez isso tenha sido uma coisa boa. Correr é a melhor maneira de cobrir um trajeto, mas não é obrigatório correr o tempo inteiro. Na próxima vez que correr por um percurso longo, aceitarei com mais naturalidade a ideia de caminhar por alguns trechos, desde que isso seja absolutamente necessário.

Agora, preciso descansar um pouco, pois o mal-estar insiste. A corrida de hoje não foi perfeita, mas isso também faz parte. Fiz meu melhor, e está tudo ok.

Tempo de hoje: +/- 1h 20min correndo; +/- 20min caminhando. (E mais uns 10min viajando de ônibus.)

Domingo, 10 de abril de 2011 – Fiquei em casa. Continuo interessado em correr – minha vontade é manter esse hábito pelo resto da vida –, mas um novo estado de espírito se estabeleceu em mim. Perdi aquela compulsão inicial de correr todos os dias. E talvez isso não se deva necessariamente à preguiça.

Talvez, eu apenas esteja percebendo que a corrida diária cansa demais, tendendo a se tornar uma obrigação e uma rotina. Além disso, meu tempo é limitado, e há outras coisas que preciso fazer – inclusive outros tipos de exercício. Enfim, se houver um intervalo entre as corridas, meu organismo poderá se recuperar melhor, e isso fará uma boa diferença.

Mas é verdade que, se preciso “racionar” o tempo, talvez não possa frequentar uma academia, como planejava fazer em breve. Ir e voltar correndo, e ainda gastar um tempo com os exercícios na academia, demoraria muito. Deixarei essa ideia à espera do momento certo para ser realizada.

É possível que, se eu começar a fazer exercícios em casa (posturas de yoga, levantamento de pesos), isso ajude bastante a correr. E não esqueço a ideia que tive algum tempo atrás, de me tornar um praticante de meditação.

Para concluir: nada disso significa que eu esteja pensando em desertar mestre Gump! Mas preciso fazer alguns ajustes, para seguir em frente.