Segunda-feira,
18 de março de 2013 – Dia chuvoso, e saí no fim da tarde. Fiz o
trajeto básico pelas ruas encharcadas, debaixo de uma chuvinha fina, que se
manteve assim quase o tempo todo – só num breve trecho, durante a volta, ficou
um pouco mais forte. Embora o ar estivesse meio frio, a corrida foi suficiente
para aquecer.
Tempo de hoje: 47min.
Quinta-feira,
21 de março de 2013 – Ainda estava bem claro quando saí, mas logo
ficou escuro. Fiz o trajeto básico, mantendo um bom ritmo. E não é que este
treino durou exatamente o mesmo que o anterior?
Tempo de hoje: 47min.
Domingo,
24 de março de 2013 – Toda corrida tem a sua hora. Acordei cedo, já
pensando em sair. Mas, talvez por ter ido dormir mais tarde ontem, não me senti
disposto. Fiz outra postagem no blog sobre música e depois fui almoçar com meus
pais. Já voltei perguntando-me quando teria condições de correr, um pouco
preocupado pois o céu estava encoberto e o rádio recentemente havia anunciado
chuva. Poucos minutos depois de chegar em casa, resolvi sair naquela hora
mesmo. Ainda estava de estômago cheio, então comecei num ritmo muito tranquilo,
de corrida-caminhada. Eu tinha planejado fazer um “longão” no fim de semana
passado, acabei não cumprindo, e hoje decidi tentar. Subi até o bairro vizinho,
aí comecei a seguir pela avenida que se estende da praia até perto do terminal
de ônibus. Há poucos dias, descobri na internet o seu comprimento: 2.800 metros.
Bem, fiz três idas e voltas nessa avenida, e isso significa que a percorri seis vezes, o que resulta em 16.800 metros. (Um
detalhe interessante desta corrida é que me mantive na calçada quase o tempo
todo – isso sempre deixa o treino um pouco mais puxado, por causa das
constantes mudanças no terreno.) Na primeira ida e volta, continuei no ritmo
com que havia começado, de quase caminhada. Então comecei a me sentir mais
leve, e aos poucos o ritmo foi aumentando, embora em nenhum momento eu tenha
procurado acelerar muito. A segunda ida e volta não apresentou dificuldade, e
só quando estava terminando a última comecei a sentir mais as pernas. Essa
sensação me acompanhou durante o caminho de volta, mas não foi nada excessivo – a corrida não deixou de ser divertida.
Cheguei em casa sentindo que era a hora certa de parar, mas seria exagero dizer
que fiquei exausto.
Eu havia feito esse treino uma vez em 2011, com
tempo de duas horas e trinta e oito minutos, e outra vez em 2012, com tempo de
duas horas e trinta e nove minutos. Na corrida de hoje, apesar do começo
vagaroso, devo ter compensado depois, porque a duração foi um pouco menor. (Mas
minha maior preocupação nem é tanto o ritmo, e sim desenvolver a resistência.) Eu
estava mesmo precisando fazer uma corrida mais longa, e embora não tenha sido
nada de extraordinário, foi realizada com a melhor das intenções. Portanto, é
com orgulho e humildade que a dedico ao mestre Gump!
Tempo de hoje: 2h 34min.
Sábado,
30 de março de 2013 – A corrida passada, embora tenha sido ótima,
deixou-me com as pernas doloridas por vários dias. Só ontem ou anteontem
senti-me melhor. Assim, nesta manhã, resolvi sair outra vez. O clima estava perfeito para correr: o céu encoberto por um tapete de nuvens cinza-azuladas,
um vento refrescante soprando. Saí com
a intenção de repetir a corrida de domingo passado, mas logo mudei de ideia.
Preciso fazer algumas coisas em casa, e ficar mais tempo na rua mudaria
bastante os planos. Então, resolvi fazer apenas o trajeto básico.
A notícia boa é que as pernas se recuperaram bem.
Segui num ritmo moderado, sem querer acelerar, só curtindo o trajeto. Não tenho
corrido pela manhã ultimamente, mas com certeza não há momento do dia mais
agradável.
Tempo de hoje: 46min.
E um
adeus ao blog...
Escrevo neste blog desde 6 de março de 2011. E
quando fiz aquele primeiro relato, tive a certeza de que as corridas seriam um
hábito duradouro. Parece-me que acertei, ao menos continuo tão empenhado como
naquela época em continuar treinando, mas chegou a hora de transferir estes
relatos para outro lugar.
O hábito de correr veio me tirando de uma longa fase
em que eu estava bastante desmotivado. Este blog deu
impulso ao processo, e até inspirou-me a criar alguns outros blogs, na medida em que
fui descobrindo novos temas sobre os quais gostaria de escrever e quis ter
espaços apropriados para isso. (Alguns avançaram bastante, como aquele sobre
meditação – prática que pretendo recomeçar –, enquanto em outros escrevi pouco
ou não tive oportunidade de escrever.) Há algum tempo, percebo que o “milagre
da multiplicação dos blogs”, como chamei, fez parte dessa retomada de
impulso, porém agora tornou-se necessário simplificar. Quero ter um único local para registrar minhas ideias, e sem determinar temas de antemão, nem que tipo
de textos deverei escrever. Embora eu continue, na verdade, interessado em
escrever as mesmas coisas, agora deixarei que a escrita dite seu próprio
ritmo.
Assim, é nesse novo espaço – o blog Holly holy days – que registrarei as
corridas. Quero deixar claro, no entanto, que isso não significa de modo algum que
eu esteja desertando o grande mestre Forrest Gump! Embora o blog que carrega
seu nome deva permanecer inativo, sempre poderei escrever aqui em algum momento
futuro. Este blog, que progrediu no ritmo das corridas, se tornará um lugar aonde virei para relaxar – e isso também constitui, afinal,
uma boa razão de ser.
E partirei para uma nova etapa, por caminhos que
agora parecem mais leves, lembrando sempre a lição do mestre Gump: que a vida é
uma viagem numa ventania, em parte alheia à nossa vontade, em parte guiada por
nós.