domingo, 29 de julho de 2012

Diário da estrada – 21, 22, 28 e 29 de junho de 2012

Sábado, 21 de julho de 2012 – Fui até uma rua comprida aqui perto de casa e a percorri três vezes. Estava com o estômago um pouco cheio, mas segui num ritmo bem tranquilo e não houve problemas. Ao contrário, quando voltei a sensação de peso havia passado.

Tempo de hoje: 38min.

Domingo, 22 de julho de 2012 – Fiz o mesmo treino.

Tempo de hoje: 35min.

Sábado, 28 de julho de 2012 – Fiz o mesmo treino de novo.

Tempo de hoje: 40min.

Domingo, 29 de julho de 2012 – E fiz o mesmo treino outra vez!

Tempo de hoje: 40min.

Uma mudança de rumo

E chegou a hora de fazer uma experiência. Eu havia resolvido que em 2012 faria corridas mais simples (mais breves, seguindo trajetos mais rotineiros e evitando coisas que pareciam naturais no ano passado – p.ex., correr debaixo de aguaceiros ou muito tarde da noite). Este plano se mostrou ainda mais acertado quando iniciei um novo período de estudo, exigindo que maneirasse em outras atividades para lhe dedicar atenção.

Bem, a atenção foi bastante até agora, mas de uns dias para cá se tornou necessário intensificá-la. De repente, o hábito de fazer corridas no meio da semana, saindo muito cedo ou depois que escurece, começou a parecer uma causa de desconcentração, quando o que realmente preciso é me dedicar ao máximo à leitura. E o mesmo quanto aos treinos mais longos que continuei fazendo até aqui: por mais que me sinta tentado a realizá-los, neste momento representam tão-somente uma perda de foco.

De algum modo, o hábito de correr me trouxe até aqui, a este momento em que vejo uma outra estrada se abrir à minha frente, e sinto (talvez, pela primeira vez de verdade) que se não me dedicar a percorrê-la com muito afinco tudo o mais será em vão. Não falo apenas de estudos para uma faculdade, mas sim do desafio de compreender certos problemas, a fim de poder um pouco mais adiante interferir neles de alguma maneira. Este é o verdadeiro caminho que preciso seguir, e foi isto que correr enfim me fez enxergar.

Por este motivo, criarei um novo hábito de corrida nos próximos meses. Até agora, nunca consegui encarar os treinos como apenas um exercício, mas é isso que tentarei fazer, a fim de reservar mais tempo e energia para a leitura. Deixarei as corridas para os finais de semana, e limitarei sua duração a no máximo uns quarenta minutos. Assim continuarei treinando oito vezes por mês (como se tornou comum de uns tempos para cá) e talvez até mantenha o condicionamento que obtive até aqui.

E mais importante do que tudo, desta maneira seguirei cumprindo a promessa que fiz ao grande mestre Forrest Gump. A promessa de, seja lá o que aconteça, continuar nesta estrada que é a mesma para todos os corredores – quer corram em pistas, nas ruas ou numa esteira de academia! O compromisso de continuar em contato com esta verdade que se descobre cada vez que se entra no ritmo de uma corrida...

E assim permanecerei, buscando aprender os segredos daquela outra estrada, até o momento em que me sentirei à vontade para retomar o meu verdadeiro jeito de correr, o único que realmente me faz sentir como naquela música de Bob Seger.