sexta-feira, 30 de março de 2012

Diário da estrada – 17, 22, 24 e 30 de março de 2012


Sábado, 17 de março de 2012 – Fiz uma boa corrida no final da tarde. Voltei quando restavam apenas poucas faixas de claridade no céu. Fui até a praia, num ritmo contido, que só de vez em quando quis aumentar (evitando-o na maior parte do tempo). Embora estivesse um tanto cansado, a corrida fluiu bem e me senti muito confortável.

Se estivesse com um pouco mais de paciência, poderia ter estendido o trajeto um pouco... Mas preferi voltar mais depressa para casa.

Tempo de hoje: 1h 2min.

Quinta-feira, 22 de março de 2012 – Planejei correr na terça, mas perdi. Depois na quarta, e perdi de novo. Hoje, resolvi sair no final da tarde. Estava chovendo e esperei que desse uma estiada, o que só aconteceu depois de escurecer.

Eu havia lanchado meio tarde, e ainda podia sentir o estômago cheio. Segui num ritmo bem moderado, pouco mais do que uma caminhada ligeira. Felizmente, não fiquei enjoado nem nada disso; ao contrário, senti-me bastante bem. Fazia um tempo quase frio, no ponto certo para deixar a corrida ainda mais agradável. A chuva, que em alguns momentos parecia sumir e em outros aumentava um pouco, também contribuiu para isso. Nem fiz todo o meu trajeto básico, mas foi o bastante para aproveitar a saída.

Tempo de hoje: 43min.

Sábado, 24 de março de 2012 – Tive uma vontade repentina de correr no final da tarde, então saí. Havia chovido um pouco, o asfalto estava meio molhado, e o ar um tanto frio – o que achei ótimo. De início, segui por algumas centenas de metros para o sul da ilha, primeiro pela estrada e depois por uma praia (que se estende até o bairro vizinho). Voltei e segui na direção oposta, fazendo o trajeto rotineiro... Enfim, desci de novo e voltei para casa.

Quando saí, fazia cerca de uma hora que havia lanchado, então ainda sentia o estômago bastante cheio. Para evitar alguma complicação, mantive um ritmo lento, pouco mais do que uma caminhada ligeira – e deu certo*. Em nenhum momento fiquei enjoado, nem me senti pesado, nem nada disso. Ao mesmo tempo, pela primeira vez corri por um tempo razoável mantendo esse ritmo vagaroso, e descobri que é muito agradável. A corrida torna-se menos tensa, convertendo-se num verdadeiro passeio. Só aumentei um pouco a velocidade nas últimas centenas de metros, e ainda poderia ter continuado.

Hoje corri algum tempo com claridade, depois mais um tempo no escuro. Acho que descobri uma nova maneira de correr, e pretendo repeti-la outras vezes.

* Deu certo nessa ocasião, para mim. Mas não acho bom correr desse jeito e recomendo que o(a) leitor(a) evite fazê-lo.

Tempo de hoje: 1h 19min.

Sexta-feira, 30 de março de 2012 – Depois de dois dias bem agitados, cheguei a pensar que não conseguiria cumprir o plano de correr hoje. Mas logo que escureceu, fiquei mais animado e saí para uma volta. Comecei num ritmo mais lento, seguindo o trajeto costumeiro, mas em certa altura resolvi variar, entrando por uma rua por onde nunca havia corrido. Cheguei num condomínio de casas, atravessei a rua principal, e fui parar a meia altura da rodovia. Há tempos não passava por ali, e foi interessante voltar por esse caminho, atravessando alguns trechos mais escuros, iluminados ocasionalmente por faróis de veículos. Nas redondezas de casa, continuei em direção oposta, para fazer uma volta menor e enfim retornar.

Tive a sensação de que foi uma corrida bem diferente. Não só pela inovada no trajeto, e por tê-lo percorrido à noite, mas também porque, assim que cheguei na rodovia, engrenei o meu ritmo mais acelerado, e o mantive – reduzindo apenas umas poucas vezes – até chegar em casa. Respirei bastante tempo pelo nariz.

Enfim, foi um final inesperado e interessante para um mês em que fiz apenas oito corridas. Fico pensando se, neste ano, não seria uma boa fixar esse número. Deixarei assim: de preferência, dez treinos por mês, como sempre, podendo reduzir até oito... Mas não menos do que isso: é o tipo de trapaça que poderia acabar me arrastando para o lado negro da forç... digo, para o sedentarismo! J   

Tempo de hoje: 50min.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Cenas da estrada – Brewster, Texas, Estados Unidos


Por: corey leopold

“Numa sociedade em que, por muitas razões, há uma tendência para a grande maioria dos indivíduos cair na depressão, o exercício constitui um remédio ideal para combater tal depressão, aumentando o sentimento de autorrespeito e de independência da pessoa.” *

* Depoimento do Dr. Michael B. Mock, do Instituto Nacional do Coração, Pulmões e Sangue (EUA), no livro Guia completo de corrida, de James F. Fixx.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Diário da estrada – 2, 6, 9 e 15 de março de 2012

Sexta-feira, 2 de março de 2012 – Fiz algumas idas e voltas nas proximidades de casa, com direito a um pulo até aquele trecho de estrada (na direção do sul da ilha) de onde se pode ver o mar. O sol, embora ainda baixo, já brilhava intensamente.

Uma ótima maneira de começar o dia e o mês.

Obs: Curiosamente, no dia 22 de fevereiro fiz uma corrida parecida, que durou exatamente o mesmo tempo!

Tempo de hoje: 42min.

Terça-feira, 6 de março de 2012 – Uma ida e volta básica perto de casa. Saí com a claridade já enfraquecendo, voltei no escuro.

É, mais um pouco e acabarão as corridas com luz no fim da tarde... Paciência!

Tempo de hoje: 41min.

Sexta-feira, 9 de março de 2012 – Saí no fim da tarde, com bastante claridade, e voltei quando escurecia. No começo, sentia-me pesado, ou antes, desajeitado – os calcanhares pareciam bater no chão... Lá pra metade da corrida, fui melhorando o ritmo, e a sensação de “peso” diminuiu. Voltei a fazer o trajeto básico.

Tempo de hoje: 42min.

Quinta-feira, 15 de março de 2012 – Os últimos dias foram cansativos, e hoje eu ainda não me sentia muito disposto a correr. Mas eu queria terminar a primeira metade deste mês com um treino, então fiz uma força e saí no final da tarde. Fiz a volta de sempre, estendendo-a um pouco mais, pois resolvi dar um pulo na locadora. Ainda havia claridade quando voltei, embora já bastante enfraquecida.

Apesar da pouca disposição, a corrida fluiu bem, e desde o início foi agradável. Lá pro término, eu já estava num ritmo mais acelerado.

Tempo de hoje: 48min.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Cenas da estrada – Cammal, Pensilvânia, Estados Unidos


Por: nicholas

Quem é o grande discípulo do mestre Forrest Gump aqui no Brasil? Para mim, é o ultramaratonista Adão Miranda da Silva. Recentemente, li sobre sua história numa matéria da revista Época, de 11 de agosto de 2011; depois assisti a um vídeo dessa mesma reportagem; e encontrei um segundo vídeo, que parece ter sido feito pelo próprio Adão, mostrando suas realizações em ultramaratonas de 12 e até 24 horas. É isto mesmo: ele corre até 24 horas seguidas, percorrendo distâncias que passam dos 200 km! Mas não é isso o que mais surpreende neste extraordinário corredor; é o fato de ele treinar regularmente para essas provas – correndo 30 Km todos os dias e 54 km uma vez por semana. Como um maratonista comentou na matéria da Época, é difícil sequer imaginar o que significa correr tanto. Com certeza, Adão Miranda da Silva não correria assim se não tivesse (além de um organismo privilegiado, que lhe ajuda a aguentar essas distâncias) um grande amor pela corrida – algo que com certeza vai muito além de competir e ganhar medalhas. Isso fica claro na filmagem de uma de suas corridas através de São Paulo, e é a lição mais importante que ele oferece.

Não é à toa que Forrest Gump é o filme preferido de Adão Miranda da Silva. (E podemos ter certeza de que mestre Gump fica honrado em tê-lo como discípulo.) Fica aqui o convite para todos conhecerem o admirável “Forrest Gump” brasileiro.

“A corrida me ensinou a ser resistente e me superar sempre.”
Adão Miranda da Silva

E para fechar...

Esta postagem homenageia todos os ultramaratonistas brasileiros, que fazem de suas vidas e das pistas de competição uma verdadeira estrada.