terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Diário da estrada – 16, 18, 20, 24 e 26 de fevereiro de 2013

Sábado, 16 de fevereiro de 2013

Uma mudança de rumo

De repente, senti vontade de aumentar o número de corridas mensais e também de desenvolver mais a resistência. Assim, no meio da tarde, fiz outra saída. Subi até o bairro vizinho, daí fui em direção à praia. Entrei numa longa avenida, e ao terminá-la dobrei à esquerda. Mais um bom trecho, até que dobrei à esquerda de novo, pegando a autoestrada e iniciando a longa descida para minha casa. (Este é o maior trajeto que conheço nestas redondezas.) Começou a chover, mas de leve, de modo que nem chegou a incomodar. Embora, nesta altura, eu já me sentisse cansado, não foi nada demais, pois os passos continuavam firmes e até acelerei em alguns trechos.

Foi uma corrida tranquila, em que não tive aqueles momentos de empolgação que acontecem às vezes, mas também não houve qualquer desânimo ou impaciência. Estou surpreso por não ter tido dificuldade. (Bem, alguma sempre há, do contrário não seria uma corrida!) Acho que realmente estou pronto para intensificar os treinos.

Tempo de hoje: 1h 38min.

Segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013 – Uma corrida quando começava a escurecer. Foi só o trajeto básico. (E uma parada de um minuto no supermercado. Voltei carregando uma sacola com pães integrais. Bastante leve, assim não atrapalhou.) O problema é que começou a doer um tendão na frente do tornozelo direito. Continuei, esperando que passasse, mas não parou de doer ainda. Talvez amanhã eu já acorde bem.

Isso deve ser resultado do treino mais longo de anteontem. Não pretendo fazer trajetos assim a cada novo treino, mas a ideia agora é correr mais.

Tempo de hoje: 42min.

Quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013 – O tendão sarou, e hoje saí sem nenhuma dor. Só que foi mais tarde do que eu planejava, o que me tirou muito do ânimo, de modo que acabei fazendo um treino mais breve. Fiz uma parada na locadora, onde passei vários minutos escolhendo um filme, e depois no supermercado. Descontei quinze minutos do tempo final, e mesmo assim a duração foi razoável.

Mas cansei mesmo de correr à noite!

Tempo de hoje: 40min.

Domingo, 24 de fevereiro de 2013 – Saí perto de cinco da tarde. Fui até o bairro vizinho, e lá decidi repetir o trajeto do dia 16. Subi uma longa avenida, dobrei à esquerda, continuei por outra rua bastante extensa... Naquele ponto, entretanto, comecei a me sentir meio cansado, e isso foi aumentando dali por diante. Provavelmente, isso aconteceu porque hoje comi pouco – acho que passei o dia com umas três fatias de pão e duas xícaras de suco verde. (Este suco é preparado com verduras batidas no liquidificador e adoçado com laranjas, maçãs etc. Fica muito bom!) Ao chegar na autoestrada, desci algumas centenas de metros, mas então dobrei uma vez mais à esquerda, entrando naquela avenida que atravessa o bairro vizinho ao meu. O problema é que a avenida começa com uma longa subida, e ali tive que engrenar uma marcha lenta. Tive certeza de que estava mesmo cansado quando cheguei no trecho de descida – e meu ritmo quase não acelerou! No final daquele trecho, perto da entrada da rua que desce em direção ao meu bairro, sentei-me num ponto de ônibus e verifiquei se tinha dinheiro no bolso. Minha vontade era pegar uma condução e encerrar o treino ali. Acontece que, como eu suspeitava, havia esquecido a grana em casa! Então resolvi continuar num ritmo bem moderado, e eventualmente caminhar se sentisse necessidade. Foi um ótimo exercício de paciência, como há muito eu não fazia. Acabei correndo até chegar em casa.

Aí bebi um copo de água, mais dois de suco verde, estourei um resto de pipocas que tinha guardado e acompanhei com uma fatia de pão.

Fiquei até surpreso porque a duração desta corrida não foi muito superior à da corrida do dia 16. Mas a volta, desta vez, foi bem arrastada.

Tempo de hoje: 1h 51min.

Terça-feira, 26 de fevereiro de 2013 – Uma corrida no fim da tarde. Voltei quando começava a escurecer. Fiz a ida e volta básica, só para fechar o mês.

Tempo de hoje: 42min.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Cenas da estrada – Road to Uluru, Northern territory, Australia


 Por: Jo@net

“Há algo de curioso em correr e escrever. Kenny Moore, provavelmente o melhor escritor sobre corrida que existe, disse certa vez que simplesmente se tem de escrever sobre correr longas distâncias, porque às vezes dói intensamente e é uma experiência profunda, tanto física como psicologicamente. Ou talvez... e isso é uma ideia minha, não de Kenny... as pessoas escrevam para dar sentido a algo que não pode ter muito sentido. Talvez seja por isso que a maioria dos corredores mantém uma espécie de registro; estão procurando apegar-se a tudo. As pessoas começam a correr simplesmente. Depois, cedo ou tarde, passam a analisar o que estão fazendo.” Joe Henderson*

* Depoimento no livro Guia completo de corrida, de James F. Fixx

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Diário da estrada – 1º, 5, 9, 11 e 15 de fevereiro de 2013

Sexta-feira, 1º de fevereiro de 2013 – Fim de tarde, saí para a primeira corrida do mês. Subi até o bairro vizinho, e então fui até a praia. Ali soprava uma ventania fresca, e ainda mais agradável porque o sol ainda estava esquentando. Olhei o mar por alguns minutos – um sujeito surfava agarrado a uma espécie de paraquedas, deixando-se levar por cima das ondas, chegando a saltar bem alto em certo momento. (Acabei de pesquisar no Google, descobri que esse esporte se chama kitesurf.) Então voltei, debaixo do sol que ia ficando mais ameno. Ao chegar no meu bairro, perguntei as horas a uma pessoa, já calculei o tempo de duração da corrida (descontando os minutos em que parei na praia), deixei-me secar ao ar livre por um tempinho, daí entrei no supermercado.

Tempo de hoje: 1h.

Terça-feira, 5 de fevereiro de 2013 – Havia caído um tanto de água cerca de uma hora antes de eu sair. E ainda caía uma chuvinha leve. Confesso que não me senti muito confortável com isso, principalmente porque o ar estava meio frio. Resolvi fazer meu trajeto mais simples, e fui seguindo até chegar num supermercado, onde parei para uma pequena compra. Na volta, acabei esticando um pouco, pois comecei a descer pela autoestrada. (Naquele momento, já havia parado de chover.) Logo em seguida, voltei.

É bom, de tempos em tempos, fazer uma corrida na chuva. Apenas hoje não me senti tão disposto. Será que foi porque, em ocasiões anteriores, eu estava sempre usando meu boné, e desta vez fui molhando a cabeça? (Não quero mais correr com boné, pois o couro cabeludo fica abafado e isso acaba por causar queda de cabelo – evitei esse problema até hoje, então por que arriscar?) Tempos atrás, com esse tipo de clima, eu saía vestindo duas camisas, o que teria sido uma boa pedida hoje também. Enfim!

Tempo de hoje: 45min.

Sábado, 9 de fevereiro de 2013 – Ontem, bem na hora em que eu ia sair, começou a cair água. De novo (porque choveu quase o dia todo). Hoje planejei correr no meio da tarde, mas acabei saindo pouco depois das seis – acabei passando a tarde absorvido no TCC da faculdade de pedagogia. Estava há horas sem comer, aí mastiguei dois pedaços de pão, um cheio de tahine e outro coberto com melado, e fui-me.

Talvez por não ter feito um lanche mais cedo, talvez por ter passado algumas horas escrevendo, senti certa falta de energia. Ainda assim, os passos estavam macios e logo firmei um ritmo moderado. Fiz o trajeto “basicão”, até o bairro vizinho. Na volta, fiquei mais disposto, aí aumentei um pouco o percurso e também o ritmo.

Ah, o tempo estava nublado, sem chuva nem frio.

Tempo de hoje: 55min.

Segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013 – Saí mais tarde do que pretendia. Descendo por uma rua perto de casa, vi o céu logo acima das montanhas próximas, encoberto por uma camada de nuvens azuladas, cujo tom lembrava um pouco o de uma aquarela. De repente, no meio delas, surgiu o brilho de um relâmpago, e depois novamente. Em vez de continuar descendo por mais algumas centenas de metros, fiz a volta entrando por uma viela e peguei o caminho que sobe até o bairro vizinho. O problema é que, ao chegar na longa rua que conduz até lá, já havia anoitecido, e isso me tirou o ânimo de continuar. Há ocasiões em que estou disposto a correr no escuro, mas hoje não foi uma delas. Fiz meia-volta e, seguindo na direção de minha casa, fui observando o horizonte, que agora acendia com frequência, iluminado por uma sucessão de relâmpagos (nenhum estava caindo – apenas uma vez um raio se estendeu entre as nuvens –, mas mesmo assim é desagradável correr com esse tipo de coisa por perto). Curiosamente, quando eu já me aproximava de casa, as nuvens acima das montanhas se aquietaram. Foi só aquilo mesmo.

Tempo de hoje: 35min.

Sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013 – Saí no começo da manhã. Fiz uma descida até a praia que fica aqui perto, depois voltei, subindo uma longa rua, em seguida outra, até completar o meu trajeto básico. No início o céu ainda estava bem escuro, mas quando cheguei em casa já havia clareado.

Tempo de hoje: 49min.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Cenas da estrada – Old rag mountain, Virginia, Estados Unidos


Por: geodesic

“Correr é uma coisa infantil e primitiva. Mas acho que é justamente nisso que está sua atração. Estamos novamente agindo como crianças. Conseguimos livrar-nos de todos os grilhões da civilização. Enquanto se corre, volta-se atrás na História.” *

* Joe Henderson, fundador da revista Runner’s world, no livro Guia completo de corrida, de James F. Fixx